29/08/11

origem

12/08/11

Sentirão toda a força da lei

A ideia "a pena serve como elemento dissuasor" é demasiado “old school”, digamos que a ideologia “olho por olho dente por dente” foi fundada e materializada em lei bem antes de Cristo nascer e desde então a humanidade conheceu uma violência sem par e cada vez mais sangrenta.

No séc XVIII um conjunto de estudiosos, homens de direito, liderados por Cesare Beccaria fundaram a chamada escola clássica de direito penal, inovadora e base de muito do direito penal dos nossos dias, cujo pilar mestre é a chamada utilidade da pena e apontou o cariz dissuasor da mesma como condição sine qua non da sua eficácia. Podemos de facto apontar o séc XVIII como a época em que sociologia enquanto ciência nasce, fruto de mudanças radicais e abruptas que ocorrem com a industrialização. Anyway, estas transformações evolutivas acabam por ramificar-se a todas as disciplinas científicas incluindo a criminologia. Se, depois do séc XVIII tivemos as guerras mais sangrentas conhecidas pelo Homem, assistimos a fenómenos como o ódio racial, fome, pobreza extrema e ao crescente número das populações prisionais, questiono-me “será que vale a pena perder tempo a estudar as ciências supra referidas já que todos os avanços das mesmas tem sido paulatinamente ignorados?”. A ciência empírica diz-nos a verdade, ou seja, a retribuição penal sobre o crime praticado é um bom princípio, mas básico, deveria aliás ser encarado como um dos princípios do combate aos males da sociedade e não como o elemento chave.

Os problemas são de fundo, estruturais, são mais do que a exaustivamente referida “desigualdade entre classes”, são as causas desta, a desigualdade de oportunidades, desigualdade de meios legítimos para cumprir o que a sociedade nos força a ter e nos moldes que dita, ou seja, sucesso económico e social (teoria da anomia de Merton e que deveria dar o mote para uma análise de fundo real sobre a vida em sociedade).

Os políticos preferem o discurso básico da punição e a população vai na cantiga, aliás o título é uma citação do primeiro ministro britânico David Cameron, que acrescenta “se tem idade para cometer estes crimes, tem idade para sofrer estes castigos”, a sério, the fuck?! A prioridade é a repressão, dá mais votos e o tempo que resta é dirigido às preocupações económicas. O que deveria ser verdadeiro motivo de preocupação é ignorado e enquanto assim for é inevitável, assistiremos a mais episódios tristes como os actuais em Londres. O discurso instintivo e primário de defesa já começou “são bestas” e o pior é que o povo gosta a ver pelo discurso de ódio de grande parte dos cronistas nos jornais de maior referência, tal como a maioria dos comentários de resposta aos artigos que visualizei online.

(Estamos numa era em que se aplaude e respeitam elites alicerçadas em fortunas com mais euros do que os litros de água nos oceanos e em que se criminalizam consumidores de erva.)

À coisa de meia ano atrás o professor Almeida Costa docente de Direito Penal na Faculdade de Direito do Porto foi ouvido, bem como as suas sugestões, na comissão parlamentar criada para discutir e alterar a forma como a corrupção é combatida em Portugal. Quem conhece o professor sabe que a argumentação foi forte e sustentava a ideia de deixar a execução de penas para segundo plano sendo o plano principal de ataque aos rendimentos obtidos através de meios ilícitos, retira-los independentemente terem sido transferidos para nomes de terceiros. Na prática: se no decurso de um processo judicial no âmbito de um processo de corrupção, caso, ao seguir o rasto do dinheiro o mesmo não tenha origem clara e legítima bye bye money “atacar onde dói mais” (palavras do professor). Resultado: aprovadas à poucos dias as alterações legais para combater o crime de corrupção em Portugal e o foco está no aumento da medida das penas, lamentável.

Está mais do que comprovado, mais importante do que aplicar molduras penais elevadas é a certeza da pena que dissuade, mas continuem a ignorar o discurso científico, no problemo. Aliás continuem a agir como se a sociologia criminal ainda estivesse agarrada à justa retribuição das penas da escola clássica e não tivesse evoluído para perspectivas estruturais, compreensivas, fenomenológicas e abrangentes. Estamos no bom caminho não há dúvidas.

Este olhar sobre o fenómeno criminal, refiro-me nomeadamente à esmagadora maioria das análises sobre os motins em Londres é básica, populista e um insulto aos homens da ciência.

18/07/11

12/06/11

Um sábio




Neste mundo onde tantos seres fúteis e vazios habitam, tem que haver algumas excepções!

10/06/11

Esta é a imagem mais marcante da minha infância, posteriormente transportei-a como elemento simbólico durante toda a minha adolescência e acaba por marcar, sem dúvida, um pouco do que sou hoje.



Para quem não sabe esta imagem aparece no genérico da saudosa série Macgyver e claro, não é apenas imagem, é um vídeo. É toda uma sucessão de movimentos que, apenas quem não conhece o autor da façanha pode considerar como inconsequentes e sem sentido.

O facto de Richard Dean Anderson se atirar a correr em direcção a este helicóptero e, aproveitando o terreno mais elevado proporcionado por uns caixotes aleatoriamente empilhados por aquela zona se ter lançado a um dos patins de aterragem como se a vida da mais bela das donzelas estivesse, naquele momento, em perigo e por lá ter ficado pendurado, pode parecer, sendo meiguinho, um pouco irracional!

No entanto é do mais engenhoso dos heróis de ficção alguma vez criados que estamos a falar e reparem, Macgyver, leva com ele uma corda que posteriormente irá amarrar ao patim do helicóptero que como é óbvio irá ter uma nada suave aterragem.

E é aqui a que quero chegar, parecer um pouco irracional e usar o coração para agir pode aparentar, na visão de olhos mais desatentos, um sinal de fraqueza, no entanto desenganem-se. Macgyver apesar das adversidades mantém sempre a moral em alta e pode pensar a curto prazo mas tem sempre um plano na manga que por norma, dá certo.

E eu, quero acreditar nesta imagem...

06/06/11

Declaração de vitória

Depois da noite eleitoral de ontem, venho-me declarar vencedor das previsões das eleições:

Estimativa: PSD 39% - Resultado 38,63%
PS 35% - 28,05%
CDS 12,5 % - 11,74%
CDU 7% - 7,94%
BE 6,5 % - 5,19%

Margem de erro = 2%

Posto isto, acertei nas posições de todos os partidos (algo único), fiz a minha previsão 10 dias antes da noite eleitoral (fantástico), todos os partidos, excepto o PS, ficaram dentro da margem de erro :)

Os meus ilustres contendores (Gersão e Alex) perderam e, portanto, espero que assumam responsabilidades e me paguem o copo devido (pode ser a meias, eu bebo pouco :p).

PS: É incrível saber que há empresas a ganhar milhões de euros com as sondagens e que mesmo com meios científicos e estudos elaborados até 2 dias antes das eleições, ficaram muito mais longe do que eu...

26/05/11

PS: 38%
PSD: 37%
CDS: 10.5
BE: 7.5%
PCP: 7%


Nota: Não há margem de erro

Não quero saber das opiniões da plebe, estou sempre certo!!

25/05/11

Eleições dia 5 de Junho

Como sabem as eleições estão à porta e há sondagens para todos os gostos... já devem ter reparado que os resultados andam a variar dependendo de quem as faz, por isso aqui vai a minha previsão "científica" dos resultados do dia 5 de Junho!

PSD: 39%
PS: 35%
CDS: 12.5
PCP: 7%
BE: 6.5%

Nota: Há uma margem de erro de 2%.

Após um extenso estudo e várias pessoas oscultadas, foram milhares de chamadas telefónicas efectuadas, este é o resultado que eu perspectivo.

Por isso, que tal lançarmos aqui um pequeno concurso de prognósticos das eleições em que o vencer ganha um copo à pala? Fica aqui o repto agora é só mandarem as vossas postas, habilitem-se!

18/05/11

x-muppets

origem

08/05/11

06/05/11


provocação irresistível :p

merkel processada

precisamente por ter celebrado a morte de bin laden

respondi aos comentários do carlos, mas infelizmente, e pela segunda vez, a censura do blogger atacou-me e eliminou-me um comentário demasiado grande para o reescrever.
ergo, sucintamente meu caro carlos, dizia algo como:
tu já me viste berrar e apregoar aos infernos a vontade de despachar meia dúzia de indivíduos, até das mais sádicas formas possíveis que felizmente sou dotado de uma bela imaginação homicida.

uma delas seria provavelmente o simples disparo na testa ou na nuca de alguém, sem qualquer remorso, e de seguida até espezinhava o cadáver. 

mas, e há sempre um mas:

> eu não sou um agente da autoridade, membro do exército, nem tenho qualquer responsabilidade semelhante;
> o meu homicídio seria a título de vingança pessoal e posso fazer a festa que me apetecer.
> nunca teria o intuito de fazer justiça. a justiça para mim não é olho por olho, implica o processo, por muito que custe, SOBRETUDO quando se trata de um Estado.

sei que dizia mais uma série de coisas, mas não me recordo nem tenho paciência para voltar a pensar e escrever sobre o assunto. é simplesmente diferente. nunca apoiaria um polícia que assassinasse alguém quando o podia ter prendido, ou um exército que matasse os prisioneiros só para não os carregar (diferente foi a batalha de aljubarrota, em que tivemos que despachar os prisioneiros aquando da 2ª vaga de espanhóis já que não podíamos dispensar homens a vigiá-los e eles poderiam-se voltar contra nós pelas costas).

e olha que tenho lugar cativo lá em baixo, ok? trato o demo por tu.

04/05/11

03/05/11

ofende-me

que uma morte seja celebrada.
seja de um terrorista, de um fascista ou de um pedófilo. ninguém tem o direito de gritar "matámo-lo!!" como quem berra "embrulha!" ao marcar um ponto num jogo de ténis.

sobretudo se a morte é efectuada por autoridades, policiais ou militares, cuja função era acima de tudo trazê-lo à justiça.

a ideia de justiça daquelas pessoas é o olho por olho, dente por dente. parece-me bem ilustrado o "estado de direito" que alguns países praticam.

e atenção que este post é sem sentimento anti-americano. nem peguei nos pormenores do corpo atirado ao mar, etc, que me faz lembrar logo o william wallace. foi esquartejado para evitar ser feito mártir com peregrinações ao local de enterro, com a diferença de ter sido por volta do século XII...

26/04/11

Zimbabué alerta homens para grupos de mulheres violadoras

No seguimento da minha anterior denúncia da violência sexual contra os homens, aqui fica mais um relato chocante de homens a quem foi roubada a inocência :)

25 de Abril




Ontem, como boa parte dos portugueses, estive a ver os filmes relacionados com o 25 de Abril, os discursos e os debates (confesso que ver o filme do 25 de Abril é quase um ritual nesta data).

No entanto, acho que devemos começar a aproveitar os festejos do 25 de Abril para algo mais do que um desfile da brigada do reumático e de ideias bafientas! Parece-me que os problemas actuais estão a léguas dos enfrentados naquela época e, por isso, era aconselhável pensarmos em novas soluções e numa nova visão para Portugal.

Sem ter nada contra as ideias, músicas e visão do futuro para Portugal do 25 de Abril de 1974, creio que já lá vão 37 anos, ou seja, é muito tempo para continuarmos a defender os mesmos modelos e soluções.

Eu confesso que sou um bocado crítico no que se refere ao desfile de personalidades, muitas delas Capitães de Abril, que só porque fizeram a revolução, acham que a sua visão de Portugal deveria prevalecer (estou a falar do Otelo) e outros, que não obstante o inegável mérito que tiveram para o fim da ditadura, aproveitam esta data para fazer discursos repetitivos, conotados, por vezes, com a extrema esquerda, e que contêm muitas críticas, mas poucas soluções válidas para o problema nacional.

Em resumo, acredito que o 25 de Abril é uma data mágica na história de Portugal e, portanto, pertence a todos os portugueses de todos os quadrantes políticos, mas não sigo a corrente daqueles que preconizaram uma sociedade do tipo socialista, numa lógica de troca de uma ditadura de direita por uma de esquerda.

Confesso, também, que me incomoda um pouco ligar a televisão e ver sempre os mesmos a apropriarem-se da data e a associarem a ela ideias políticas que não têm, nunca tiveram e provavelmente nunca terão suporte popular (estou a falar das pessoas ligadas ao PCP).

Que muitos que fizeram a revolução estavam ligados ao PCP é um facto e o país agradece encarecidamente, mas não vale a pena aparecer todos os anos a defender soluções delirantes e opostas a tudo o que se faz no mundo desenvolvido e a pôr o rótulo de "conquistas de Abril", a direitos importantes, sem dúvida, mas que dependem da saúde económica do país e não de uma retórica inflamada.

Posto isto, peço a estas pessoas que façam uma limpeza e que apresentem soluções inovadoras e não um decalque das opiniões de Lenine e, já agora, aproveito para pedir a antigos governantes, nomeadamente antigos PR, Ministros da Finanças e outros da mesma estirpe, para pararem de mandar bitaites acerca de como devem os portugueses agir ou os líderes partidários actuar, quando eles próprios têm muitas responsabilidades na situação actual do país.

23/04/11

clap clap clap clap clap clap



muito bem senhor futuro primeiro ministro, vamos ao charco mas vamos a cantar
gosto da atitude

21/04/11

belo fim de tarde no piolho









peço desculpa pelo vergonhoso comportamento dos origamis convidados

20/04/11

acelera para o Jamor

pcheeet, nesse só cabe uma, ok ok, já que me pediram com jeitinho eu levo as outras na chafarrica...

overworking


18/04/11

17/04/11

INOCENTE

12/04/11

Noblesse oblige



Bem, já há algum tempo que não fazia as minhas observações políticas, por isso, eis-me de volta para falar do Fernando Nobre.


Em primeiro lugar, importa referir que eu votei Nobre nas presidenciais de 2011, pensado que o individuo em causa era independente, mas fui surpreendido pelo anúncio da sua intenção em encabeçar as listas do PSD por Lisboa e provavelmente lançar-se para o cargo de presidente da Assembleia da República.


Creio que tenho de fazer alguns reparos, pessoalmente até acho positivo que numa altura difícil, como é a actual, hajam pessoas dispostas a arriscar o prestígio adquirido numa vida de trabalho e a lançarem-se para o centro da vida política, no entanto o Nobre cometeu vários erros. Primeiro, nem há um mês prometeu nunca entrar para um partido e já quebrou a promessa, segundo, o facto de lhe oferecerem o lugar de presidente da Assembleia da República parece um pagamento, além de que não depende só do PSD, por último, mandou fechar a página do Facebook quando as críticas à sua decisão começaram a chegar em catadupa.




Então, o que de positivo traz esta decisão para a política portuguesa e para os seus intervenientes?








  1. No caso de Fernando Nobre, eu só vejo perdas (tirando as vantagens do tacho), isto porque muita da sua aura e prestígio desapareceram, além disso, perdeu a palavra que é o bem mais precioso de um político, principalmente para um que se diz fora do sistema. Ao nível de eleitores pouco vai acrescentar aos votantes do PSD, a maioria dos apoiantes de Nobre era de esquerda ou abstencionistas descontentes com o sistema partidário, ora este grupo de pessoas dificilmente votará PSD nas legislativas. Creio, também, que as suas aspirações a Belém, no pós Cavaco Silva são agora uma miragem, pois abandonou a sua base eleitoral trocando-a por uma que desconfia dele e tem ressentimentos por este ter criticado duramente o actual Presidente da República.




  2. Para o PSD e Passos Coelho foi um passo arriscado, Nobre representa o que o líder falava ao pedir uma abertura do partido a todos os sectores da sociedade, além do mais, Nobre apesar de tudo, ainda é uma figura com prestígio e um nome sonante. Contudo, Passos Coelho hostilizou dirigentes do partido e falta contabilizar os votos que Nobre trará ao partido laranja, pois é isso, no fim de contas, que interessa. Pessoalmente, parece-me que o preço pago pelo apoio de Nobre ao PSD foi caro para os benefícios que trará, mas só os resultados das eleições nos darão uma explicação cabal.




  3. Para o PS, por muitas críticas que a decisão de Nobre tenha levantado, o resultado é mau, mas pode trazer vantagens durante a campanha, isto porque Nobre é uma figura conotada com a esquerda e que teve 600 000 votos nas últimas eleições, mas preferiu a direita ao Sócrates. O problema é que Nobre em campanha tem falhas graves e uma delas pode enterrar o PSD e catapultar o PS nas urnas, mais uma vez só o tempo nos dirá o que vai acontecer.




Posto isto, creio que Nobre arriscou, mas também não o posso censurar por querer entrar no jogo político, pois quer queiramos quer não são os partidos que exercem o poder e é preciso estar dentro do sistema para se ter alguma influência real. Parece-me censurável é a forma como foi conduzido este processo e o facto de Nobre ter voltado com a palavra atrás, além do mais, não creio que o cargo de presidente da Assembleia da República seja o melhor para a pessoa em causa, penso que um convite para ministro da saúde ou algo do género seria mais adequado às suas competências.



11/04/11

Polícia usa gás pimenta contra criança de 8 anos

Um caso interessante... primeiro o preso e o taser... agora a criança e o gás pimenta... dá que pensar :)

08/04/11

06/04/11

lá está...


Grupo Coral Feminino Terras de Catarina from Tiago Pereira on Vimeo.

a cat é que rocka! até grupo coral tem lá no burgo

04/04/11

suum cuique tribuere.

parabéns ao porto.

agora vão trabalhar, vadios. passam a noite na borga e depois o país está como está.

02/04/11

leitura em suspenso

Esta reflexão muito particular impõe-se-me e surgiu à página 133 de uma biografia que estou a ler, biografia essa que se explana ao longo de 726 páginas. Esta imposição explica-se pois desde sempre senti uma necessidade feroz de expiação, ou seja, qualquer acto praticado e que as minhas entranhas automaticamente repudiem, sinto necessidade de confessar e para não fugir à regra cá vai: ultimamente, com raras excepções, livro que tenha começado a ler, não acabo “Breve história de quase tudo”, Homens, espadas e tomates”, “Biografia de Fernando Pessoa”, “Biografia de Nelson Mandela”, “Guerra mundial Z” e mais uns dois ou três.

Eu sei que parece mau, quiçá até patológico, mas após pensar um pouco o meu retorcido cérebro encontra lógica nestes factos, ora sigam-me. Nem há um ano li de uma assentada “A insustentável leveza do ser” e “Cem anos de solidão”, acontece que depois destes livros, muitos dos que se seguiram pareceram “não aquilo” e por consequência uns foram sendo acabados a custo e outros ficaram pelo caminho.

O meu cérebro achou curioso o facto de, agora, não me satisfazer em termos literários o comum, o trivial, o que não tem o mesmo peso nem substância, ou seja, o que não me prende nem me encanta da mesma forma que outros livros fizeram. O meu cérebro ao achar este facto curioso sentiu-se também legitimado a fazer uma analogia com a vida!

Sabem quando estamos insatisfeitos mas não sabemos bem porquê, seja no trabalho, seja com a família, seja com os amigos, seja no amor? Temo que a resposta seja óbvia, só provamos esse sentimento porque já conhecemos, em situações semelhantes, melhor. Em algum momento da nossa vida já pensamos, “é isto, é isto que quero para mim, é assim que gosto de ser tratado, é assim que gosto de me sentir” e tudo o que não corresponda à expectativa criada é menosprezado consciente ou inconscientemente. E isto fez-me pensar sobre o porquê de eu não me dar a relacionamentos duradoiros e à luz desta constatação a resposta pareceu-me óbvia. A verdade é que já senti verdadeira afeição, chamemos-lhe amor e o meu espírito parece não sossegar com nada menos do que isto e nada avança nem se prolonga, tal como as palavras nos livros que não acabo de ler e que permanecem ancoradas, impedidas de percorrer os turvos rios do meu pensamento.

Espero um dia acabar os livros cuja leitura ficou por completar, alguns desses para breve, entretanto continuarei a ler o que interrompi na página 133 para escrever esta reflexão. A plenitude da obra, a extenuante e árdua recolha de documentos fidedignos, o cuidado com que foi escrito, a curiosidade que me desperta a personagem, não só pelo seu carácter mas também pela relevância histórica e legado, entusiasma e folheio-o o mais avidamente que consigo. A vida e obra de Winston Churchill fizeram-me retomar o sequioso gosto pela leitura, já o facto de ter recuperado o gosto pelo amor não foi devido a nenhum inglês badocha de certeza…

29/03/11

um altar que mete respeito...

origem

(prefiro o "nosso" altar, desde que haja jameson)


então?
os ratos já abandonaram todos o barco ou quê?

25/03/11

Paulo Futre

Este homem é o maior, vejam o video vale bem o tempo que se perde :)

21/03/11



só para veres quem manda aqui
origem

20/03/11

escolhas...

O povo Líbio está a ser massacrado, pelo seu próprio exército, por terem em uníssono declarado o fim do regime ditatorial que com impunidade os "governava".
A comunidade internacional acordou, talvez com uns dias de atraso, para tentar colocar um ponto final na situação.

Se a memória não me falha o governo Português à uns tempos, achou legítima a invasão do Iraque e até mandou soldados para ajudar a controlar a situação. Agora, após uma decisão sabiamente ponderada, optou-se por não participar nas acções militares em solo Líbio.

Fica uma pergunta no ar, quem é que toma a merda destas decisões?


16/03/11

Esquadrão anti-bombas chamado para desarmar vibrador

Esta é linda... Muito bom :) lol

15/03/11

José Carlos Rates

José Carlos Rates, fundador do PCP e seu primeiro secretário-geral, após o seu afastamento do partido, aproximou-se do regime do Estado Novo, num processo idêntico a outros militantes operários, que tinham sido sindicalistas-revolucionários. A 16 de Julho de 1931, o jornal oficioso do regime, Diário da Manhã, publicava o seu pedido de adesão.
Primeiro quero deixar bem claro que não coloquei esta notícia com o objectivo de atacar os "camaradas" cá do sítio, mas antes, porque na entrevista que confere ao Diário da Manhã a justificar a sua adesão ao partido União Nacional, José Carlos Rates revela uma visão fantástica dos primeiros tempos do regime do Estado Novo.
É muito interessante observar como um homem revolucionário de esquerda preferiu apoiar uma ditadura de direita às custas do sistema republicano multipartidário. Dois pontos saltam à vista, por um lado o falhanço da Primeira República ainda estava bem presente na memória de todos, por outro lado o ódio visceral do comunismo e da "ditadura" aos partidos políticos.
A questão que quero levantar é será que a diferença entre uma ditadura de direita e de esquerda não é muito mais ténue que a diferença entre qualquer uma destas ditaduras e o sistema pluripartidário? Note-se que falo de diferenças reais e não das diferenças meramente semânticas ou dogmáticas.
Na minha opinião considero que o testemunho histórico de José Carlos Rates é indiciador de uma proximidade inegável entre estes dois pólos extremos, senão quanto aos ideais pelo menos quanto aos métodos.
Todavia, deve ter-se em conta que José Carlos Rates foi expulso em 1926 do PCP por desviacionismo às directivas políticas da Internacional Comunista e que a entrevista remonta a 1931, ou seja à fase embrionária do Estado Novo.
(clicar no título para ver entrevista original)

José Régio - Cântico negro

12/03/11

Hummm, maybe...


(Riso à Vin Diesel "hãhã hã hãhãhã ... pausa... hãhã")

11/03/11

modelo monástico

uma para o gersão se rir

10/03/11

não é com uma perna às costas, mas é quase

Carnaval - Travecas e uma questão filosofal

Estamos no rescaldo de Carnaval e é altura de de fazer um balanço e tirar algumas ilações. Este ano tive o prazer de passar o meu Carnaval na Nazaré, sem dúvida um local muito bonito e um ambiente bem agradável para se passar esta celebração.
Contudo, mais uma vez a minha mente foi assaltada por este incompreensível imbróglio, resultante da visão massiva de homens a desfilarem com roupas de mulheres na maior das descontracções e a divertirem-se como umas "frescas".
Da minha parte nada contra, no entanto, uma questão torna-se premente, porquê que num país de "machos latinos" a esmagadora maioria dos homens quando chega o Carnaval escolhe a opção de fantasiar-se de mulheres voluptuosas?
Nestas questões, eu costumo recorrer à minha mãe para obter respostas e ela não me deixou ficar mal desta vez, na opinião dela as pessoas fantasiam-se no Carnaval naquilo que gostariam de ser o resto do ano! Assim, veio-me à memória a minha vontade de ser cowboy, ninja, zorro etc... Mas nunca me lembrei de fantasiar de mulher, confesso que fiquei feliz por tal facto encaixar de forma satisfatória na teoria da minha mãe.
Não obstante, a teoria da minha mãe sofre de alguns problemas, será que todos os homens que se mascaram de mulheres no Carnaval são Gays? Seguramente que não!
A minha opinião vai no sentido que muitos homens, apesar de viverem sob a máscara da "macheza" o ano todo, têm um lado feminino e aproveitam o Carnaval para estarem em contacto com ele. Depois há os outros que aproveitam o Carnaval para soltar a franga e algo mais, pois como se costuma dizer há muita miséria escondida atrás das portas...

09/03/11

killing softly gersão

o man dos casacos de couro.

massimo dutti



hugo boss


quando me calhar o euro milhões dou-te 2. ;)


masterpieces

Circa 1906. "Main Street. Memphis, Tennessee." Please pardon our dust. 8x10 inch dry plate glass negative, Detroit Publishing Company.

 descobri este blog há pouco tempo e agora não descolo. os éuá, como dizia uma personagem que todos conhecemos, no seu melhor.

sshhhh...


parece que a parte feminina do blog desertou.

dudes, 'bora preparar um takeover ao blog e tiramos dali a foto dos pés e o anão a fugir? tanto barulho para isto.

07/03/11

Alerta

“A vida dá muitas voltas e o que hoje é garantido amanhã não o é”

Diria que a maioria dos incontáveis seguidores assíduos deste blog ao lerem a frase entre aspas aí em cima e após a descodificarem no seu precioso córtex cerebral, terão de imediato uma percepção negativa da mesma. Devo dizer que num primeiro impacto, assim a analiso, no entanto, após exigir um esforço extra à massa cinzenta arrisco-me a dizer que as inconstâncias ao longo da vida não são sempre más, são também positivas e bastante enriquecedoras e acima de tudo formam carácter.

Desde cedo lutamos com os pais porque a sua asa protectora é muito extensa, controladora, embora necessária e quando conseguimos alguma dessa almejada liberdade o que fazemos?! Yap, procuramos novos pais, nomeadamente o Estado. Horror, novamente o mesmo dilema, não o queremos na nossa vida em demasia, queremos respirar, mas secretamente queremos e desejamos o seu paternalismo, a sua segurança e aqui refiro-me obviamente ao famigerado emprego para a vida.

Newsflash” o mercado de trabalho está saturado, há demasiada gente com competências semelhantes e pouco úteis na vida prática, sendo a precariedade uma consequência óbvia do facto. Lamento amigos próximos e bem-intencionados que por aqui irregularmente explanam ideias, é necessário um esforço constante para adquirir novas qualificações que nos diferenciem, é a realidade dos nossos dias há que o reconhecer.

Queria que considerassem a hipótese de durante a vossa vida não terem sempre o mesmo emprego, a mesma casa, o mesmo carro, o mesmo estilo de vida, o mesmo horizonte e o mesmo caminho, planeado detalhadamente. Ponderem a hipótese de criar os vossos rebentos sem sentir a segurança de um rendimento fixo, suponham que o máximo que lhes poderão oferecer será o vosso amor, pão na mesa e uma boa educação e aqui falo de princípios e respeito pelo próximo, no fundo as armas com que deveríamos enfrentar o dia-a-dia. Seria o fim do mundo?! Não me parece...

Muito do que escrevi é pouco desejável, no entanto não o devemos repudiar e serve-me como um alerta muito particular. Pessoalmente não quero a minha vida demasiado cinzenta nem demasiado colorida, quero equilíbrio. Quero-me desperto e com os recursos necessários para fazer face a qualquer mudança que ocorra, quero-me manter longe dos dramas que arrastam a sociedade em que vivemos para as trincheiras onde se sente o impasse da inércia.

Talvez participe dia 12 de Março, mas se o fizer será consciente de que o protesto e os seus slogans não são a solução, mas talvez um passo, a meu ver necessário, para equilibrar a balança entre o conformismo e o inconformismo.