Ontem, como boa parte dos portugueses, estive a ver os filmes relacionados com o 25 de Abril, os discursos e os debates (confesso que ver o filme do 25 de Abril é quase um ritual nesta data).
No entanto, acho que devemos começar a aproveitar os festejos do 25 de Abril para algo mais do que um desfile da brigada do reumático e de ideias bafientas! Parece-me que os problemas actuais estão a léguas dos enfrentados naquela época e, por isso, era aconselhável pensarmos em novas soluções e numa nova visão para Portugal.
Sem ter nada contra as ideias, músicas e visão do futuro para Portugal do 25 de Abril de 1974, creio que já lá vão 37 anos, ou seja, é muito tempo para continuarmos a defender os mesmos modelos e soluções.
Eu confesso que sou um bocado crítico no que se refere ao desfile de personalidades, muitas delas Capitães de Abril, que só porque fizeram a revolução, acham que a sua visão de Portugal deveria prevalecer (estou a falar do Otelo) e outros, que não obstante o inegável mérito que tiveram para o fim da ditadura, aproveitam esta data para fazer discursos repetitivos, conotados, por vezes, com a extrema esquerda, e que contêm muitas críticas, mas poucas soluções válidas para o problema nacional.
Em resumo, acredito que o 25 de Abril é uma data mágica na história de Portugal e, portanto, pertence a todos os portugueses de todos os quadrantes políticos, mas não sigo a corrente daqueles que preconizaram uma sociedade do tipo socialista, numa lógica de troca de uma ditadura de direita por uma de esquerda.
Confesso, também, que me incomoda um pouco ligar a televisão e ver sempre os mesmos a apropriarem-se da data e a associarem a ela ideias políticas que não têm, nunca tiveram e provavelmente nunca terão suporte popular (estou a falar das pessoas ligadas ao PCP).
Que muitos que fizeram a revolução estavam ligados ao PCP é um facto e o país agradece encarecidamente, mas não vale a pena aparecer todos os anos a defender soluções delirantes e opostas a tudo o que se faz no mundo desenvolvido e a pôr o rótulo de "conquistas de Abril", a direitos importantes, sem dúvida, mas que dependem da saúde económica do país e não de uma retórica inflamada.
Posto isto, peço a estas pessoas que façam uma limpeza e que apresentem soluções inovadoras e não um decalque das opiniões de Lenine e, já agora, aproveito para pedir a antigos governantes, nomeadamente antigos PR, Ministros da Finanças e outros da mesma estirpe, para pararem de mandar bitaites acerca de como devem os portugueses agir ou os líderes partidários actuar, quando eles próprios têm muitas responsabilidades na situação actual do país.
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