O singular calor que se sentia naquela tarde de primavera transmitia à alma mais tranquila daquela esplanada uma indomável inquietação. Ao sentir o inesperado sabor a sangue, apercebeu-se que mordia o lábio para distrair a penetrante dor de cabeça que lhe trespassava o crânio. Na têmpora daquela criatura o pulsar de uma cisma, gasta mas ainda viva, fazia adivinhar que o suor abundante progredindo sobre cada fio de cabelo, sobre cada pêlo daquele corpo, seria muito mais que uma secreção imunda, era um mar de inconformismo.
O desconcertante e involuntário murro na mesa atraiu a atenção dos mortais que se encontravam nas redondezas. Inquietos e curiosos, ainda que com escárnio, observaram aquele estranho ser…
3 comentários:
Tal como já tinha dito :) desculpem começar isto com um tom mais sério, achei que precisava do vosso respeito antes de se iniciar a parvalheira que virá a seguir :p
E aí está =) o respeito já tinhas, mas é óptimo ler-te!
e oh, se não é. já somos o blogue do ano!
nem acredito que demorámos quase 6 anos para fazermos isto. *
Enviar um comentário