22/02/11

Olha que dois...



Este senhor é o Kadafi e como já devem ter ouvido anda a esmagar revoltas na Líbia à 42 anos. É um dos aliados estratégicos do nosso primeiro e um dos go to guy quando é preciso pedinchar dinheiro para tapar buracos do orçamento.

É um personagem curioso, está no poder desde de 1969 mas desengane-se quem pensa que ele é agarrado a esse doce elixir. Desde que ascendeu ao cargo máximo do seu país, apenas subiu a sua patente para Coronel (bastante modesto) e abdicou de títulos de estado para reduzir o seu papel ao de Líder e Guia da Revolução.

Com um historial de opressão sobre o seu povo e de financiador oficial do terrorismo internacional (veja-se a título de exemplo o atentado de Lockerbie na Escócia, no qual admitiu o envolvimento do seu governo e aceitou pagar uma indemninazação às famílias das vítimas para evitar o prolongamento das sanções da comunidade internacional) este senhor tem um currículo e tanto! Só na repressão dos últimos dias matou 250 pessoas recorrendo para tal a bonbardeamentos sobre Tripoli (fonte CNN).

Não obstante, ele é mesmo conhecido é pelo estilo que ostenta, por só aceitar dormir em tendas, ter uma guarda pretoriana constituida exclusivamente por mulheres e ter recorrido aos serviços de Carlos o Chacal (não confundir com o Bruce Willis).

Mas isto de se precisar de dinheiro é complicado e infelizmente não é só o Socrátes que anda de mão estendida para ele... Também Berlusconi, Chavez, Putin, Ahmadinejad ou Sarkozy gostam de ostentar o bom relacionamento que mantêm com ele.

Mais uma vez o nosso primeiro-ministro é apanhado em más companhias, nada de extraordinário e até compreensível se tivermos em conta a aflição do país, no entanto, poderia ser evitado se ele fosse um pouco mais competente.
Agora que escrevo este post fico com pena perante a possibilidade do Senhor Coronel também levar um pontapé no traseiro e o nosso primeiro perder mais um bom amigo...




6 comentários:

Gersão disse...

Temos que falar com esta gente, não há outra solução.

Imagina tu que não o fazíamos, imagina muito para além das questões económicas que nos forçam a isso. Seria bem mais perigoso para o próprio povo líbio que não houvesse tanta participação estrangeira no país, a sua visão sobre direitos liberdades e garantias seria ainda mais limitada e não estarias a assistir a esta revolta certamente.

Isso de não negociar com terroristas, não resulta.

. disse...

dizes uma coisa acertada, gersão. parece que o teu pai anda enganado a teu respeito =D

o carlos bem se lembra de orwell, certamente, e de uma breve passagem do "livro" em que refere que o descontentamento da "prole" só é possível tendo um termo de comparação, relacionando-se com outros povos. O isolamento criado pelo partido e o seu encerramento sobre a sua própria população e território é uma estratégia divisada precisamente enquanto componente de aniquilação intelectual e das aspirações a liberdade e melhores condições do ser humano.

right?

Gersão disse...

Right, é pelo menos o meu entendimento da situação (gostava de saber à luz deste novo ângulo, a opinião do Carlos:)


P.s.: a maior parte das vezes o meu pai está certo :p

Carlos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
. disse...

concordo contigo carlos. ali em cima não me expressei da melhor forma se calhar, dando ideia que apoio as melhores relações com ditadores. o que eu queria era demonstrar em hipótese académica que não podemos deixar que um povo se isole.
a nível governamental, quero é distância desses animais, mas com apoio ao povo.

Carlos disse...

Reparem uma coisa é fazer negócios com regimes corruptos (o que por si só já levanta questões), outra coisa totalmente diferente é andar nas tendas de ditadores a festejar os 40 anos no poder, a convidá-los para visitas a Portugal, etc.
Reparem no Magalhães, além de Portugal foi exportado para a Venezuela e para a Líbia (este último em Stand-by devido às revoltas), quanto a vocês não sei, mas parece-me que não fica bem a Portugal aparecer de braço dado com este tipo de pessoas.
Por isso, negócios sim, visitas a Portugal e visitas a esses países dispensam-se!

PS: o comentário anterior que apaguei continha erros ortográficos, mas corresponde na integra a este.