28/02/11
Interlúdio - A Arte do Silêncio
22/02/11
Olha que dois...
É um personagem curioso, está no poder desde de 1969 mas desengane-se quem pensa que ele é agarrado a esse doce elixir. Desde que ascendeu ao cargo máximo do seu país, apenas subiu a sua patente para Coronel (bastante modesto) e abdicou de títulos de estado para reduzir o seu papel ao de Líder e Guia da Revolução.
Com um historial de opressão sobre o seu povo e de financiador oficial do terrorismo internacional (veja-se a título de exemplo o atentado de Lockerbie na Escócia, no qual admitiu o envolvimento do seu governo e aceitou pagar uma indemninazação às famílias das vítimas para evitar o prolongamento das sanções da comunidade internacional) este senhor tem um currículo e tanto! Só na repressão dos últimos dias matou 250 pessoas recorrendo para tal a bonbardeamentos sobre Tripoli (fonte CNN).
Não obstante, ele é mesmo conhecido é pelo estilo que ostenta, por só aceitar dormir em tendas, ter uma guarda pretoriana constituida exclusivamente por mulheres e ter recorrido aos serviços de Carlos o Chacal (não confundir com o Bruce Willis).
Mas isto de se precisar de dinheiro é complicado e infelizmente não é só o Socrátes que anda de mão estendida para ele... Também Berlusconi, Chavez, Putin, Ahmadinejad ou Sarkozy gostam de ostentar o bom relacionamento que mantêm com ele.
Mais uma vez o nosso primeiro-ministro é apanhado em más companhias, nada de extraordinário e até compreensível se tivermos em conta a aflição do país, no entanto, poderia ser evitado se ele fosse um pouco mais competente.
Agora que escrevo este post fico com pena perante a possibilidade do Senhor Coronel também levar um pontapé no traseiro e o nosso primeiro perder mais um bom amigo...
21/02/11
D.O.C. Inferno
19/02/11
18/02/11
Sócrates Moribundo...
15/02/11
14/02/11
11/02/11
Finalmente
06/02/11
Novas Cores
Notas de uma corrida (parte I)
Fitam-me com um ar de abnegação, calço-as. Porque está frio, levo casaco de fato-de-treino por cima da t-shirt e as calças de atletismo.
Já corri mais, muito mais, sinto às primeiras passadas, mas apesar de tudo sei que ainda continuo em forma e esta ideia faz-me sorrir. Passo a ponte, ao lado o rio Douro, olho-o sempre demoradamente pois preciso de me sentir bem pequeno e humilde para o que sempre se segue. O relógio conta três minutos quando começa a subir, esta terra é íngreme demais sei-o muito bem e por isso continuo, resignado.
Em tempos o pai de um amigo disse-me “ai moras nessa terra, a igreja de lá tem muitos sinos não é verdade? São prái uns dezasseis, é um exagero”, lembrei-me não sei bem porquê, talvez porque estão a dar 18h enquanto a contorno. Rapidamente fica para trás, passei lá muito tempo, tempo demais…
De seguida vejo também pelas costas a casa de dois primos meus e relembro-me dos tempos em que era inseparável do mais novo. Recordo-me que num belo dia decidimos amarrar com uma corda as nossas bicicletas e andar assim estrada fora. Apesar de não me recordar do propósito de o ter-mos feito, sei que acabamos por ganhar catorze pontos à custa da invenção, pena terem ficado todos na minha testa!
Ao fim de dez minutos e meio paro o relógio e faço a primeira e única paragem. Entro na cozinha dos meus avós, que é também a primeira divisão da casa e reparo que quase tudo continua igual. Debruçados na mesa da cozinha, sentados frente a frente, perto do fogão a lenha, falam em tom baixo. Naquela casa é fácil encontrar amor, foi sempre assim recordo com carinho. Ainda consigo ouvir as vozes e sentir o cheiro dos tempos em que esperava-mos pelas torradas preparadas no antigo fogão a lenha que não resistiu e cedeu a uma vida de trabalho. A voz autoritária do meu avô “cheguem para trás, depois saem daqui quentes, vão lá para fora e ficam doentes”, a voz segura mas meiga da minha avó “estão prontas as torradas, já chega de brincadeira, sentem-se à mesa”, a minha prima “ quero esta que é mais clarinha” e se eu não chegava com a mão primeiro tentava convence-la que “as mais queimadas são melhores” e o primo mais pequeno indiferente a todas estas disputas já ia para a segunda. Agora, sei e sinto que algo mudou, para além da ausência óbvia dos três primos que já estão crescidos. Ao olhar para a minha avó quando entro vejo, as luvas e as calças com que tenta esconder as feridas originadas pela má circulação, em parte para não preocupar ninguém e vejo também na sua cara que ainda à pouco contava as histórias que os dois viveram, na esperança que a doença que gasta as memórias do meu avô, não as leve.
Depois de os cumprimentar, algo triste, sigo o meu caminho. Não posso ficar muito tempo senão arrefeço e relaxo, o que tornaria o resto da subida bem mais penosa.
to be continued (um dia destes)...
04/02/11
Inovações
Estava à conversa com uma amiga que também tem um blog, quase tão fixe como o nosso e através de um link sobre a origem do nome dela relembrei-me da origem do meu.
A verdade é que acabei por concordar que a ideia, tal como a personagem que lhe deu o nome, era bem mais encantadora!
Mas não era disto que vos queria falar caros camaradas, mas sim da localização onde decorreu a conversa, é verdade, no facebook!
Por norma sou avesso a inovações e por isso e só por isso é que conduzo o carro que conduzo, para quê airbags, direcção assistida e bons travões? Modernices pra maricas é o que é…
No entanto, devo confessar, fiquei rendido! E não só pelo facto de em 4 dias ter amealhado cerca de 60 “amigos” entre os quais seguramente mais de metade são do sexo feminino, mas também por ter falado com pessoas com que por norma não tinha muita oportunidade de o fazer. Meus amigos, aquilo é um blog e um chat mas em proporções abissais.
Já tive oportunidade de ouvir boa música, de insultar, de ser insultado, de me rir à grande, de fazer rir à grande, de ver notícias insólitas e de ler uma reflexão sobre a felicidade de espantosa qualidade.
Começo a compreender o sucesso da coisa, dá claramente para ter uma vida social e cultural vasta naquele sítio, ainda que virtual.
Mas o facto de, pelo menos em duas dessas conversas ter tirado ilações para o futuro, valiosas ou não, levam-me a concluir que mesmo assim, inovações continuam a ser coisa pra maricas…
Este não aprovaria
03/02/11
Palavra de apoio
farpas
- não foi o benfica que ganhou ao porto, foi o jesus que ganhou ao villas boas. não sei que lhe passou pela cabeça mas o porto estava partido aos bocados
- o cardozo devia ter sido expulso por aquela cotovelada no sapunaru, mesmo à minha frente. até se ouviu. são coisas assim que estragam o futebol (e o porto não é isento de culpas, mas a minha casa limpo eu). por mim ele não voltava a pôr um pé no relvado esta época, nem que custasse um título.
- 35 minutos a jogar contra 10 eliminam a desculpa "ah e tal, o falcao estava lesionado senão vocês iam ver"
- o nome mais gritado naquele estádio foi SLB, mas eu tenho cá para mim que a função da claque é gritar pela própria equipa e não pela dos adversários. obrigado de qualquer modo.
- não ouvi a curva norte. mérito aos super dragões e à claque do benfica, ambos incansáveis no apoio e conseguiram fazer coisas bonitas
- a claque do porto adoptou músicas dos anos 80, um tanto ou quanto homossexuais. mas lá está, cada um sabe de si.
02/02/11
se tivermos sorte conhecemos o padre fontes
pronuncie-se o especialista no que respeita à clara violação de direitos do autor da música da cadeia de hipermercados pingo doce.
é um bocadinho assim, não é?
Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘casinha dos pais’,
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou!
Filhos, marido, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar,
Que parva que eu sou!
E fico a pensar
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.